CCUS: saiba como o carbono será armazenado no Espírito Santo

CCUS: saiba como o carbono será armazenado no Espírito Santo

Foi assinado nesta terça-feira (6) o protocolo de intenções para a implementação de um projeto-piloto de um hub de captura e armazenamento de CO2 no Espírito Santo, o chamado CCUS. Especialista explica como funciona.

O projeto foi desenvolvido em uma parceria entre a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), a Petrobras e o Governo do Espírito Santo.

De acordo com a Findes, o projeto visa integrar esforços de diversas indústrias para reduzir as emissões de carbono de forma eficiente, utilizando a tecnologia de captura, transporte e armazenamento de CO2 em formações geológicas seguras.

O gerente de CCUS da estatal, Cláudio Ziglio, explica que o cenário mundial para a Captação Utilização e Estocagem de Carbono (CCUS) ainda é escasso. “Hoje temos apenas 41 unidades atuando. Até 2035 teremos 392, mas mesmo com a conclusão dos projetos em andamento, não será suprida a demanda mundial”, explicou.

E é nesse ponto que está a oportunidade de investimento para as empresas, sobretudo no Espírito Santo. O estado capixaba conta a quarta maior emissão por setores produtivos do Brasil. Vale ressaltar que o país é a segunda maior potência mundial de CCUS, ficando atrás apenas dos Estados Unidos da América.

Espírito Santo pioneiro

Atualmente, no Brasil, estão em andamento três hubs voltadas para o desenvolvimento de CCUS, sendo uma delas no Espírito Santo. A expectativa é de que o hub capixaba armazene cerca de 10 megatoneladas de CO2 por ano, podendo chegar a 12 megatoneladas.

O projeto no estado objetiva injetar e armazenar em um reservatório salino nas águas rasas da Bacia de Campos, localizada no sul. O gerente da CCUS aponta que existem diversos pilares por trás da escolha do local. “A primeira delas é o setor industrial comprometido com a descarborização. Temos também a parceria com o setor público em busca de soluções e presença de competências técnicas”, ressaltou.

Dentre as competências técnicas está a infraestrutura já existente na bacia que conta com gasodutos, Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) e reservatório salino. O projeto seguirá o grande modelo norueguês, nomeado Northen Law, que consiste em empresas que emitem CO2 capturarem e transportarem esse material para os poços de injeção.

Fonte: ES Hoje