Escolas da capital inovam com a ajuda da inteligência artificial

Escolas da capital inovam com a ajuda da inteligência artificial

A Inteligência Artificial (IA) pode impactar significativamente na educação, transformando a maneira como os estudantes aprendem e os professores ensinam. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Álvaro de Castro Mattos, em Jardim da Penha, o professor de inglês José Guilherme utilizou a ferramenta em uma atividade para proporcionar aos estudantes o contato com a nova tecnologia.

A atividade envolveu 31 estudantes do 9º ano, e consistiu na criação de um vídeo institucional sobre a unidade de ensino, com narração em inglês. Assim, o principal objetivo foi levar os estudantes a dialogarem eficientemente com as ferramentas de IA.

Dessa forma, eles as utilizaram para criar o roteiro do vídeo, em formato de espelho. Neste momento, eles aprenderam por exemplo que poderiam solicitar para a ferramenta que mudasse a linguagem do vídeo para um tom mais humorado ou profissional, dependendo do interesse de cada grupo.

Além disso, os estudantes foram provocados a usar a IA para simplificar as falas, até que se adequassem ao nível de domínio de inglês de cada estudante, além de revisar frases em inglês criadas pelos próprios educandos e também traduzir expressões desconhecidas.

“Os estudantes regularmente criam conteúdo audiovisual, principalmente para a disciplina de língua inglesa. A introdução às ferramentas de IA e a orientação sobre como usá-las corretamente diminui a resistência dos estudantes que consideram a tarefa difícil, reduz muito o tempo gasto no planejamento e aumenta a qualidade do que é produzido”, destacou o professor.

A iniciativa foi muito bem recebida pelos estudantes, que veem as novas ferramentas ocupar cada vez mais espaço no futuro da educação e das profissões, como destaca a estudante Letícia Delfino: “É importante começar a ter contato com esse tipo de inovação tecnológica. Muito provavelmente este assunto será incluído no currículo futuramente. Este tipo de atividade estimula os estudantes a valorizarem o ambiente escolar e desenvolve as habilidades orais e de compreensão dos estudantes”.

Por sua vez, a estudante Pietra Fardini já havia utilizado as IAs algumas vezes por conta própria, e aproveitou a atividade para aprimorar o uso desses recursos. “Eu já comecei a usar a inteligência artificial há algum tempo. Esse tipo de ferramenta facilita nossa vida pois não precisamos ficar buscando e interpretando informações difíceis do Google. Os estudantes precisam buscar aprender IA pois vai ser essencial no futuro”, ressaltou.

O diretor da unidade de ensino, Paulo Rodrigues destaca que a inteligência artificial já faz parte do cotidiano dos estudantes por meio dos assistentes de voz, dos veículos autônomos, dos métodos de pesquisa e, principalmente, das redes sociais. “Considero que o desenvolvimento de trabalhos dessa natureza desperta o interesse, a curiosidade e estimula a participação dos estudantes, trazendo inúmeros benefícios que contribuirão para o seu desenvolvimento e consequentemente para a sua formação integral”, comentou.

Aprendendo a fazer as perguntas corretas

Na Emef Rita de Cássia Oliveira, localizada em Resistência, a professora Patrícia Galvão promoveu uma atividade com duas turmas do 9º ano, envolvendo cerca de 70 estudantes, que permitiu aos estudantes usar o ChatGPT. A atividade consistiu na criação de perguntas para um quiz sobre alimentação saudável, assunto que estava em pauta no conteúdo disciplinar.

“Uma vez que as inteligências artificiais já são realidade e vieram para ficar, faz-se necessário que nossos estudantes conheçam e saibam tudo que é possível desenvolver com essa nova tecnologia. O objetivo foi apresentar a ferramenta para as crianças, porque hoje, mais importante do que saber as respostas, devemos aprender a fazer as perguntas certas e pesquisar fontes confiáveis”, contou a professora.

A educadora avalia que é essencial apresentar as IAs como aliadas para os educandos, destacando seu potencial para resolver problemas complexos e atividades repetitivas de forma rápida, melhorando a qualidade de vida. “A educação sobre as IAs não apenas capacita os estudantes a se destacarem no mercado de trabalho, mas também a serem agentes de mudança, contribuindo para um mundo mais inovador e equitativo”, avaliou.

A iniciativa foi aprovada pelos estudantes, que aproveitaram ao máximo o contato com a ferramenta, explorando as diversas possibilidades que apresentam, como conta a estudante Clara Steffany Nunes: “A tecnologia move o mundo, hoje posso ver como a IA tem a acrescentar em minha vida, o ChatGPT tem acesso a informações de forma rápida que eu nunca sonhei em saber, posso estudar sobre um país que talvez nunca ouviria falar sobre, dentre outras possibilidades. Posso afirmar que aprendi e aprendo com o ChatGPT, acredito que com novas tecnologias avançadas podemos e vamos melhorar o mundo”.

IA como aliada na promoção de educação e inovação

Já na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Experimental de Vitória-Ufes, a curiosidade de um grupo de cinco estudantes, alguns deles público-alvo da educação especial, motivou a professora Maria da Penha Del Maestro a promover atividades envolvendo as IAs. Utilizando diversas das ferramentas disponíveis, os estudantes buscam o apoio para desenvolver as atividades propostas na disciplina de ciências, em geral pesquisando sobre o conteúdo e depois discutindo o que fazer em seguida.

A educadora conta que os estudantes já utilizaram ferramentas de geração de slides, geração de QRcode e geração de imagens, por exemplo. “Inclusive numa apresentação que eles realizaram sobre a Mata Atlântica, percebemos que uma imagem gerada pela IA não estava condizente com o bioma, e isso nos fez refletir, compreendendo que a mente humana ainda é o melhor mediador da aprendizagem”.

A professora destaca ainda que por meio dessas atividades chegou a diversas conclusões interessantes em conjunto com os estudantes. “Como conclusão, entendemos que é importante para o ensino formal acompanhar a evolução tecnológica, que em geral apresenta ferramentas, muito úteis, que podem reencantar a educação. No entanto, nada supera a inteligência natural, porque está associada ao funcionamento complexo de um corpo aprimorado por milhões de anos de evolução biológica, cujo funcionamento integra sensibilidade, inteligência e um senso moral que favorece e potencializa a condição humana”, completou.

Fonte: Prefeitura de Vitória.