Momento Emocionante: Acolhidos Presenciam Orquestra Filarmônica pela Primeira Vez
Uma oportunidade inédita marcou a vida de pessoas assistidas nos espaços de acolhimento institucional para pessoas em situação de rua de Vitória. Eles foram convidados a assistir o ensaio da Orquestra Filarmônica, na manhã de sexta-feira (15), acomodados nas cadeiras do Teatro Glória, localizado no centro da cidade.
Foram ao Teatro acolhidos da Hospedagem Noturna, Abrigo Jabour, Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias, mais conhecido como Abrigo 1, Casa República – espaço destinado a pessoas adultas do sexo masculino, com vivência de rua, que estejam em processo de restabelecimento dos vínculos sociais e construção de autonomia. Também estiveram na sessão os acolhidos do Abrigo Para Pessoa em Situação de Rua com Transtornos Mentais (ATI e ATII).
Com os olhos marejados, Frankim Ricardo, de 46 anos, que está no Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias, mais conhecido como Abrigo 1, mostrava encantamento com tudo que via em cima do palco. Para ele, um dos momentos mais incríveis foi a exibição de uma cantora lírica. “Que voz”, dizia ele.
Frankim, que se formou na noite desta quinta-feira (14), no Ensino Fundamental, após frequentar a turma da Educação de Jovens e Adultos (EJA) que funciona dentro do Abrigo 1, falou que ter a chance de assistir a uma apresentação daquele nível era como se fosse o seu grande presente de formatura e até de Natal. “Estou muito feliz. Assisti a tudo de perto foi muito emocionante”, reforçou ele.
Essa também foi a primeira vez que Luciana da Silva Ferreira, de 42 anos, que encontra-se acolhida no Abrigo para Pessoa em Situação de Rua com Transtornos Mentais (AT I) e teve a oportunidade de ver uma apresentação dentro de um teatro. “Estou gostando muito de ouvir. É bonito. Fico feliz e sorrindo”, falou ela.
A nutricionista dos espaços de acolhimento, Giselle Machado, comentou que o evento proporciona aos usuários um lugar de pertencimento em meio a sociedade e acesso a locais e eventos culturais que outrora parecesse distante a participação. “Garante os vínculos sociais, comunitário, bem como o direito a cidade, ao lazer como consta na nossa Constituição e como preconiza a Política de Assistência Social ao direito ao convívio comunitário”, defende Giselle.
Para o coordenador do Abrigo 1, Rodrigo Trindade, oportunizar aos acolhidos do espaço frequentar locais que nunca tiveram acesso é incluir com igualdade de possibilidades. “Estamos em momentos diferentes mas precisamos participar de todos espaços da cidade inclusive onde podemos vivenciar e construir novas memórias afetivas através da cultura”, disse ele.
Mais orgulhoso estava Rodrigo por saber que três dos seus usuários não foram, porque estavam trabalhando naquele horário. “Olha que notícia boa. Eles não deixaram de ir por recaídas, eles estão retomando a rotina, estão voltando ao mercado de trabalho. Isso é muito bom. Isso demonstra que nossas ações estão surtindo resultados”, comentou ele.
Ao ser questionado se essa é a forma de medir o sucesso do trabalho do Abrigo, Rodrigo foi enfático: “O sucesso é saber que eles estão frequentando os mesmos lugares que nós. Entrar numa padaria e encontrar um deles saindo, depois de comprar o que vieram e pagando com o próprio dinheiro. É encontrar um deles trabalhando em supermercados, restaurantes, como temos alguns casos”, afirmou ele.
Rodrigo disse que a “virada da chave” é individual, cada um tem seu tempo. “Nós criamos as possibilidades e, parcerias como essa que possibilitou que nossos acolhidos pudessem estar no Teatro Glória, como público, assistindo sentado, aumentam as possibilidades”.
A secretária de Assistência Social de Vitória, Cintya Schulz, acredita que usufruir do poder transformador das artes é sem dúvida motivo de aplausos para todos que projetaram a ação e viabilizaram que nossos acolhidos pudessem desfrutar desse momento tão especial.
Fonte: Prefeitura de Vitória.
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