Seminário: Vitoria faz revisão do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo
O Creas (Centro de Referência Especializado da Assistência Social) não desistiu de mim”. A afirmação foi feita pelo jovem M.D.L., de 18 anos, na abertura do Seminário Medida Socioeducativa, ocorrido na tarde desta terça-feira (3), na Casa do Cidadão, em Maruípe.
Na plateia, trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social (Suas), profissionais da Saúde; Educação; Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho, além de outros atores ligados à proteção da criança e adolescente no Estado.
O jovem M.D.L. foi o convidado para falar sobre o processo de cumprimento de medidas socioeducativas. E estar ali, como um dos protagonistas e lado a lado com especialistas de diversas áreas, segundo ele, “ajudou a abrir ainda mais a mente”. A todo momento, fazia questão de ressaltar o papel fundamental do Creas do Centro para que ele pudesse passar pela fase e encontrar novos caminhos para seguir.
“Hoje, me vejo como um jovem normal e com uma mente mais avançada em comparação com outros jovens da minha idade. Tudo o que passei me fez ser diferente deles. Quem passa pela medida socioeducativa enxerga os pontos negativos, os prejuízos que causam para sua vida”, comentou M.
Ao ser questionado por que considerava tão importante o Creas, ele não fez rodeio para responder: “No momento que estava no Creas os meus sonhos voltaram. Na internação, não tinha sonhos. Só tinha raiva. Saí de lá com crise de pânico, depressão, problemas psicológicos. No Creas, voltei a ter esperança. Fui a lugares que nunca tinha ido na vida”, falou ele.
Seminário
Sobre o seminário, a representante da comissão de revisão do plano, Cristiane Pecine, que atua na Secretaria de Assistência Social (Semas), contou sobre a trajetória que teve início em 2014 e, de lá para cá, vem atuando para aproximar o Plano da realidade e necessidades dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa.
O processo de revisão e construção do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo foi planejado pela Comissão Gestora, implantada em 2014. O grupo atuou em parceria, envolvendo os trabalhadores das secretarias de Assistência Social, Saúde, Direitos Humanos e Educação, para a realização dos grupos focais com trabalhadores, conselheiros, adolescentes e familiares.
A escuta permitiu que as necessidades dos adolescentes, e também os desafios, fossem identificados. E a partir desse processo, identificamos as ações prioritárias que de fato garantam direitos e atendam às demandas dos adolescentes e famílias.
A secretaria de Educação,Juliana Rohsner, enfatizou que a situação é de responsabilidade de toda a sociedade. “Acreditamos que o sucesso está na intersetorialidade. Estamos aqui para que a gente possa transformar isso numa política pública. Não dá para as pessoas terem a sorte de ter a garantia de direitos”, comentou
Na ocasião, a secretária de Assistência Social, Cintya Schluz, fez questão de ressaltar a importância daquele momento, como espaço de proteção e garantia de direitos. “Estamos falando na defesa de público prioritário da Assistência Social. A gente sabe do tamanho do trabalho que foi a revisão deste plano. A gente precisa de todas as políticas públicas sociais envolvidas, não é porque é adolescente em conflito com a lei, não porque é adolescente em medida socioeducativa, mas sim porque são pessoas. A gente quer que o direito seja garantido para todas as faixas etárias”, falou a secretária.
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